O Governo dos Açores reiterou hoje a vontade de implementar um preço máximo de 60 euros para os residentes que viajem de avião dentro do arquipélago, acrescentando que a medida é possível de concretizar sem agravar as contas da SATA.

“Através do reforço das compensações do serviço público e com ganhos de eficiência operacional, é possível reduzir a tarifa, sem agravar a situação económica da SATA, conciliando este objetivo com a inevitável reestruturação financeira da nossa companhia aérea”, considerou o secretário regional com a tutela dos Transportes, Mário Mota Borges.

O governante falava no parlamento da região, na cidade da Horta, no terceiro e último dia de discussão do programa do executivo de coligação, formado por PSD, CDS e PPM, recém-empossado.

Nas ligações aéreas interilhas, o executivo, asseverou Mota Borges, “vai concretizar a redução substancial do preço das passagens aéreas para residentes, com a implementação da Tarifa Açores, com um preço máximo de até 60 euros, para viagem de ida e volta”.

“O transporte aéreo interilhas é uma obrigação de serviço público. A Tarifa Açores é uma medida verdadeiramente estruturante, aceleradora do mercado interno e da mobilidade dos açorianos”, considerou ainda.

Mário Mota Borges disse ter recebido nos transportes uma “pesada herança”.

“Se o setor público empresarial regional foi marcado pelo seu empolamento e frequente ingerência política, nos transportes, a SATA constitui o exemplo daquilo que nunca podia ter acontecido. Reafirmo: nunca podia ter acontecido, porque deixou gravíssimas sequelas na nossa companhia aérea, com implicações no presente e no futuro da transportadora aérea açoriana”, vincou.

O desígnio, disse também, é “manter a empresa no setor público empresarial regional, financeiramente resgatada e com gestão profissionalizada, nunca confundindo o exercício de tutela com a ingerência política na sua gestão diária”.

O PS perdeu em outubro a maioria absoluta que detinha nos Açores há 20 anos, elegendo 25 deputados.

PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação. A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD um acordo de incidência parlamentar com o Iniciativa Liberal (IL), somando assim o número suficiente de deputados para atingir uma maioria absoluta.

O Programa do Governo Regional está a ser discutido desde quarta-feira no parlamento açoriano e é votado hoje.

Lusa/Rádio Faial | Foto: Direitos Reservados