1. Prevenir com responsabilidade

Prevenir, sem alarme excessivo, mas prevenir. É esta a forma de atuar perante a ameaça do novo coronavírus.

Não podemos ser alarmistas, mas também não devemos cometer a irresponsabilidade de desvalorizar uma grave ameaça para a saúde pública com que se debatem já 117 países dos cinco continentes.

A prevenção é crucial para enfrentarmos e superarmos o surto de Covid-19, que foi finalmente declarado como pandemia mundial pela Organização Mundial de Saúde.

  1. A prevenção começa – mesmo – em cada um de nós!

O nosso mundo acordou hoje diferente. Parece-me que só ontem a nossa ilha, região e país tomaram verdadeira consciência da dimensão do perigo do Covid-19. É um adversário invisível, mas verdadeiramente perigoso.

Os nossos hábitos sociais têm que ser alterados de imediato, até que esta situação seja ultrapassada. Nós, açorianos, somos genuinamente afetuosos. Gostamos de cumprimentar, de dar beijos e abraços e do conforto que esses gestos nos proporcionam. Mas a partir de hoje temos que conter a nossa propensão para o fazer, por nós e pelos outros, porque corremos o risco de, sem o saber, estarmos a ser contagiados ou estarmos nós próprios a contagiar alguém.

Para além disso, não é demais reforçar, há que cumprir na íntegra as medidas de higiene e etiqueta respiratória emitidas pela Organização Mundial da Saúde e replicadas pelas autoridades nacionais.

“Para reduzir a exposição e transmissão da doença:

 – Tapar o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, com um lenço de papel ou com o antebraço, nunca com as mãos, e deitar sempre o lenço de papel no lixo;

 – Lavar as mãos frequentemente. Deve lavá-las sempre que se assoar, espirrar, tossir ou após contacto direto com pessoas doentes. Deve lavá-las durante 20 segundos (o tempo que demora a cantar os “Parabéns”) com água e sabão ou com solução à base de álcool a 70%;

 – Evitar contacto próximo com pessoas com infeção respiratória;

 – Evitar tocar na cara com as mãos;

 – Evitar partilhar objetos pessoais ou comida em que tenha tocado.” (Fonte: Direção Geral de Saúde)

  1. Altruísmo

Nesta batalha, estamos todos no mesmo campo e todos temos um papel importante a desempenhar. Mas há aqueles que, por natureza da sua atividade profissional ou de voluntariado, estão mais expostos aos riscos.

Uma palavra de reconhecimento e apoio, por isso, a todos os profissionais de saúde, bombeiros, forças de segurança e todos os outros trabalhadores que durante este período terão de deixar as suas famílias todos os dias para ir trabalhar e garantir que as instituições continuam a funcionar e, acima de tudo, que aqueles que precisam de cuidados clínicos, de socorro e de segurança recebem o apoio necessário.

  1. Reflexão

Entendo que algumas medidas deveriam ter sido tomadas mais cedo e que, apesar dos sinais de alerta vindos da China, de Itália e de outros países, no nosso país ficámos, aparentemente, à espera do primeiro caso para decidir o que fazer. Mas essa é uma avaliação que deverá ser feita mais tarde, pois nesta fase a prioridade tem de ser mesmo fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para prevenir e limitar a propagação do Covid-19.

Carlos Ferreira