Visitei na semana passada as obras de reabilitação do Caminho do Juncal na freguesia de Pedro Miguel. Fi-lo com o objetivo de verificar in loco parte daquilo que tem sido feito nesta legislatura ao nível das infraestruturas agrícolas do Faial, nomeadamente, no que aos caminhos agrícolas diz respeito.
A este nível é certo que existem necessidades ainda por satisfazer e os recursos são limitados pelo que é fundamental, em sintonia com o setor agrícola e autarquias locais, definir prioridades no sentido de melhor corresponder aos anseios dos nossos agricultores enquanto principais utilizadores dessas vias.
Ao longo dos últimos quatro anos, foram concretizados importantes investimentos que revelam uma aposta clara na capacitação deste setor. Destacam-se, ao nível dos caminhos, a construção do caminho agrícola Ribeiro/Almances, no Perímetro de Ordenamento Agrário (POA) da Feteira/Castelo Branco, e do Caminho Rural da Praia do Norte, ambos já concluídos, encontrando-se em curso a reabilitação do Caminho do Juncal, em Pedro Miguel, e da Fligueira, no importante POA Cedros/Salão. Durante o ano 2020, iniciar-se-á igualmente a reabilitação do Caminho da Carrasca no POA Feteira/Castelo Branco e do Caminho Rural da Ribeirinha. Apesar de não ter a denominação de caminho florestal ou agrícola, o troço da estrada regional que liga o Largo Jaime Melo, nos Flamengos, e a Ribeira do Cabo, no Capelo, cuja obra de reabilitação está em curso, é simultaneamente uma importante via de circulação e acesso a muitas explorações agrícolas. Estamos a falar de mais de 300 explorações agrícolas beneficiadas nas suas acessibilidades na presente legislatura no âmbito destas intervenções que se traduzem na melhoria das condições de trabalho dos agricultores.
Realçam-se ainda investimentos previstos para este ano ao nível do abastecimento de água à lavoura, nomeadamente, o prolongamento da rede desde a Lombega até à Ribeira do Cabo e a construção de um novo reservatório no POA Cedros/Salão.
Por outro lado, esta legislatura fica igualmente marcada pela entrada em funcionamento do novo Matadouro do Faial, um investimento superior a cinco milhões de euros que vem contribuir de uma forma decisiva para valorização do setor da carne fomentando a criação de riqueza, de valor acrescentado no setor e potenciando cada vez mais a exportação em níveis de qualidade cada vez mais elevados.
Verifica-se, no caso do Faial, que, no espaço de quatro anos, duplicou-se o número de abates de animais e, nos últimos dois anos, fruto do investimento realizado naquela infraestrutura, houve um crescimento assinalável nesses mesmo abates, sobretudo para exportação.
Relativamente ao Parque de Exposições da ilha do Faial, na Quinta de São Lourenço, local de excelência onde se realizam certames como a Feira Açores ou o Encontro do Mundo Rural, a reabilitação em curso do património arquitetónico nele presente como o Solar e a Ermida e a requalificação do Pavilhão de Exposições irão contribuir para a valorização daquele espaço e para dar melhores condições para a realização de mais eventos associados à agricultura e não só.
Certo é que há ainda muito trabalho a fazer neste setor e os desafios são permanentes, como na valorização do setor do leite e no preço pago o produtor, no aumento de desmancha de carne nos Açores, nos caminhos agrícolas, no abastecimento de água e na eletrificação das explorações, mas o caminho que temos feito e os avanços concretizados dão-nos confiança para fazer o que ainda falta.
Tiago Branco